segunda-feira, 27 de maio de 2013

Conheça Ada Lovelace, filha de Lord Byron e uma das primeiras nerds do mundo!



No dia 25 de maio é comemorado mundialmente o Dia da Toalha, que depois ficou mais conhecido como Dia do Orgulho Nerd. Então, já de antemão, cumprimento você que está lendo esse post pelo seu dia: parabéns por ser um nerd, pequeno gafanhoto!

Bom, acredito que todos saibam o que significa ser nerd, mas, por via das dúvidas, melhor relembrar: segundo o Urban Dictionary, nerd é “todo aquele indivíduo que não se conforma com os rígidos preceitos impostos pela sociedade de que todas as pessoas devam seguir os mesmos modismos e tendências. São geralmente muito inteligentes, mas socialmente rejeitados por causa de sua obsessão a respeito de um determinado assunto.” (Ou ainda, segundo outra definição, mais estereotipada, nerd é uma pessoa cujo QI supera o próprio peso, mas isso não vem ao caso). Para todos os efeitos, nerds são simplesmente pessoas profundamente apaixonadas por algo que praticamente as consome, como séries, livros, filmes, jogos, disciplinas escolares… Ou mesmo pelo conhecimento como um todo.

Mas quando e onde surgiram os nerds? E não estou me referindo à etimologia da palavra, mas à própria existência da criatura “nerd”. Provavelmente Aristóteles era um nerd. Newton também. E muitos outros célebres anônimos mundo afora. No entanto, você saberia dizer quem foi a primeira nerd de que se tem notícia?

Pois bem, apresento-lhes Augusta Ada Byron, única filha legítima de ninguém menos que O romântico por excelência, Lord Byron, mas cujo próprio reconhecimento cabe unicamente a ela mesma, ao seu mérito e talento singulares.

A mãe de Ada havia sido muito infeliz no casamento – não que isso seja muito espantoso se levarmos em consideração que ela tinha o próprio Don Juan dentro de casa – e tentou de todas as formas proteger a filha das artes literárias que, segundo ela, haviam levado seu marido à insanidade. Para isso, desde cedo estimulou na menina o interesse e a atração pela lógica e pela matemática. E não é que Ada aprendeu? E muito bem?

Ada foi, inclusive, doodle do google

Em 1833, aos 18 anos, foi apresentada por sua tutora a Charles Babbage, o Professor Lucasiano de Matemática da época (*sendo Professor Lucasiano de Matemática uma posição da universidade inglesa de Cambridge já desempenhada por Isaac Newton e Stephen Hawking*). Ada interessou-se tremendamente pelo trabalho de Babbage, que estava calculando e projetando um invento revolucionário, a máquina analítica, e os dois tornaram-se grandes amigos por toda a vida. Em 1842, ela, então, atraída pelo tema, traduziu um artigo italiano sobre a máquina que entendia tão bem e Babbage pediu-lhe que o expandisse um pouco. Ada acabou triplicando o tamanho do artigo, e, tendo calculado o primeiro algoritmo para ser processado por uma máquina, ela simplesmente criou os primórdios da programação de computadores, isto é, a ela cabe o mérito de ter inventado o primeiro software da História!

Uma notinha interessante: Ada acreditava que a matemática era a única linguagem pela qual se expressavam os grandes fatos do mundo natural, em uma verdade realista que enxerga o mundo como ele é. Isso só demonstra que, depois da geração romântica, vem sempre a realista. Mesmo em família.


No entanto, sua vida pessoal também foi muito interessante. Puxando um pouco ao pai, Ada viveu relacionamentos amorosos conturbados, tendo planejado fugir com um de seus tutores e levantando até suspeitas, ainda não confirmadas ou negadas, de traição ao seu marido, o Conde de Lovelace, pai de seus três filhos. A jovem frequentava a Corte com assiduidade, participava de um grupo de apostas composto por ela e seus amigos homens, (o que era impensável à época) e mantinha contato com algumas das personalidades contemporâneas mais ilustres, como o magnífico escritor Charles Dickens e Michael Faraday, químico e físico conhecido por ter revolucionado aquilo que se sabia sobre eletricidade, e com quem Ada manteve constante correspondência. Além disso, ela era conhecidamente bonita e charmosa, confirmando, muito à frente de seu tempo, as suspeitas de Howard Wolowitz (The Big Bang Theory) de que nerd é o novo sexy.


Ada Lovelace foi, portanto, definitivamente uma nerd: desafiou as convenções sociais de seu tempo pela paixão que nutria por um assunto e estudou-o com tanto afinco que acabou revolucionando-o. Ela escreveu certa vez em uma carta a Faraday “que não poderia ser considerada qualquer coisa que não ela mesma”. Assim, diferente de muitas pessoas que não assumem sua própria nerdice por influência do meio, ela viveu aquilo que verdadeiramente era em sua essência, com intensidade e ardor, sendo, por conseguinte, “a primeira nerd” da História, “A Encantadora de Números”, como seu amigo Babbage costumava chamá-la.




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