terça-feira, 4 de junho de 2013

O Lado Bom da Vida, de Matthew Quick

ladbom
“Quem disse que você não pode ser feliz?” 


Na lista de Melhores Filmes do Oscar 2013, sendo um total de nove indicados nessa categoria, cinco deles são adaptações de obras literárias. Dentre esses, o que mais me chamou a atenção foi ‘O Lado Bom da Vida’, de Matthew Quick. O enredo de tal obra é uma verdadeira lição de vida que emociona os mais duros corações.

A trama envolve Pat Peoples, que estava internado em uma instituição psiquiátrica, que tem um surto após descobrir sua esposa lhe traindo, e Tiffany, uma garota problemática que acabou de perder seu cônjuge e emprego. Ambos estão totalmente instáveis psicologicamente e possuem receios em manter algum tipo de relacionamento. Tal relação é o que permeia toda a trama. Com toques de drama e humor, o autor nos leva numa narrativa simples, porém audaciosa, nos meandros da consciência de Pat, nos ajudando a entender melhor a mente das pessoas que nos cercam.

Além do enredo fascinante, a profundidade dos personagens é magnífica. E não só do casal principal. Os pais de Pat são formidáveis em sua constituição psicológica. O turbilhão de emoções que são escancaradas nas 256 páginas do livro faz com que a vontade de não largá-lo seja imensa. Observando as manias e medos que o autor incorpora nos personagens, é possível deduzir que Matthew realizou uma pesquisa estupenda. É uma precisão de detalhes psicológicos inimaginável. Apesar disso, é possível, tranquilamente, lê-lo em apenas um ou dois dias. Porém, é uma obra que deve ser relida quantas vezes for possível, devido ao seu impacto na primeira leitura.

“Aquele mesmo homem, que nunca demonstra outra emoção além da raiva, estava chorando. Continuei olhando para meu pai…”

Às vezes, devido ao enredo um tanto quanto pesado, envolvendo problemas psicológicos sérios, algumas pessoas sintam medo ou aversão quanto a esta leitura. Porém, devo ressaltar que o livro, em nenhum momento, deixa o leitor cabisbaixo. Com toda a certeza, a obra é um empurrão para os desanimados. Ajuda a erguer a cabeça e olhar para os lados, percebendo que todos possuem problemas, tão ou mais sérios quanto os nossos.

Para concluir, devo alertar que o livro é infinitamente melhor que o filme. As tramas e os problemas que permeiam a obra literária são completamente esquecidos no filme. Porém, isso não tira o mérito da adaptação, onde os excelentes atores Jennifer Lawrence, Bradley Cooper, Jackie Weaver e Robert De Niro fazem dele um espetáculo. Por tais fatos, se o desejo for de ver o filme e ler o livro, veja primeiro o filme. Se não o fizer, com certeza a decepção com a adaptação será muito grande.

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